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O papel da cápsula endoscópica na doença de Crohn

17/01/2024

A cápsula endoscópica, conhecida como Enteroscopia por cápsula ou endoscopia sem fio, é um procedimento não invasivo no qual uma cápsula do tamanho de uma vitamina, alimentada por bateria, é ingerida para realizar exames.

Enquanto a endoscopia digestiva alta tem limitações para examinar anormalidades no intestino delgado, a enteroscopia por cápsula possibilita uma análise mais abrangente. Este exame contribui para o diagnóstico diferencial de várias patologias no intestino delgado, incluindo a Doença de Crohn, anemia por deficiência de ferro, neoplasias, síndromes disabsortivas, Doença Celíaca e afetações em síndromes poliposas do trato gastrointestinal.

Sua indicação principal é investigar sangramento de origem obscura, seguido pela avaliação da Doença de Crohn no intestino delgado.

Na Doença de Crohn, a cápsula entérica é utilizada para:

- Estabelecer o diagnóstico, avaliar atividade e extensão da doença, impactando o prognóstico e a escolha terapêutica;

- Acompanhar a cicatrização da mucosa e identificar formas precoces da doença.

Como a Doença de Crohn pode acometer exclusivamente o íleo proximal ou o jejuno em cerca de 10% dos casos, quando a colonoscopia não mostra alterações relevantes e há suspeita clínica, a cápsula é útil para investigar lesões como erosões, úlceras e estenoses.

Além disso, o método avalia a extensão da Doença de Crohn já diagnosticada, auxiliando na escolha do tratamento e no acompanhamento pós-terapêutico. Apesar de geralmente seguro, há cerca de 2% de casos nos quais a cápsula pode ficar retida, especialmente em estenoses graves, que normalmente exigem intervenção cirúrgica.

Dr. Juliano Coelho Ludvig (CRM 8561 SC - Gastroenterologia RQE 3046 - Endoscopia Digestiva RQE 3761) tem foco de atuação em Doenças Inflamatórias Intestinais e é um dos gastroenterologistas do corpo clínico da Esadi.

Além de ser membro do Grupo de Estudos da Doença Inflamatória no Brasil (GEDIIB), é Chefe do Grupo de Doenças Inflamatórias Intestinais (DII) do Hospital Santa Isabel- Blumenau, Coordenador da Regional Blumenau da Associação Brasileira de Colite e Doença de Crohn (ABCD) e membro internacional do ECCO - European Crohn’s and Colitis Organization.

FONTE: Esadi; ABCD; POLETTI.

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