O fígado se regenera?

20/02/2024

O fígado é o único órgão sólido que utiliza mecanismos regenerativos para garantir que a relação fígado/peso corporal esteja sempre em 100% do que é necessário para a homeostase corporal.

Outros órgãos sólidos (como pulmões, rins e pâncreas) ajustam-se à perda de tecido, mas não retornam a 100% do normal. A regeneração hepática após lesão aguda é sempre benéfica e tem sido extensivamente estudada.

Modelos experimentais que envolvem hepatectomia parcial ou lesão química revelaram vias de sinalização extracelular e intracelular que são usadas para retornar o fígado ao tamanho e peso equivalentes aos anteriores à lesão. Por outro lado, a perda crônica de hepatócitos, que pode ocorrer na doença hepática crónica de qualquer etiologia, tem frequentemente consequências adversas, incluindo fibrose, cirrose e neoplasia hepática.

As atividades regenerativas de hepatócitos e colangiócitos são tipicamente caracterizadas por fidelidade fenotípica. No entanto, quando a regeneração de um dos dois tipos de células falha, os hepatócitos e os colangiócitos funcionam como células-tronco facultativas e se transdiferenciam entre si para restaurar a estrutura normal do fígado.

Modelos de recolonização hepática demonstraram que os hepatócitos têm capacidade regenerativa ilimitada. No entanto, no fígado normal, a renovação celular é muito lenta. Todas as zonas dos lóbulos hepáticos em repouso foram igualmente implicadas na manutenção das populações de hepatócitos e colangiócitos no fígado normal.

Dr. Daniel Fernando Soares e Silva (CRM 9770 SC - Gastroenterologista RQE 4298 - Especialista em Endoscopia Digestiva RQE 4842 - Hepatologista RQE 8098) é Presidente da Associação Catarinense para o Estudo do Fígado no biênio 2022-2023 e médico hepatologista do corpo clínico da Esadi.

Para o correto diagnóstico, a consulta médica com um especialista é essencial. Converse com seu médico e tire todas as suas dúvidas.

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FONTE: Michalopoulos, G.K., Bhushan, B. Liver regeneration: biological and pathological mechanisms and implications. Nat Rev Gastroenterol Hepatol 18, 40–55 (2021). 

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