Entre 2020 e 2022, foram diagnosticados no Brasil mais de 276 mil casos de hepatite B

26/07/2024

Entre 2020 e 2022, foram diagnosticados 276 mil casos de hepatite B no Brasil, conforme boletim epidemiológico do Ministério da Saúde. A hepatite B é uma doença infecciosa causada pelo vírus HBV, que agride o fígado e pode ser transmitida pelo sangue, secreções e relações sexuais sem proteção, sendo classificada como uma infecção sexualmente transmissível.

A infecção por HBV é uma preocupação global, com cerca de um terço da população mundial já exposta ao vírus e aproximadamente 240 milhões de pessoas infectadas cronicamente. Anualmente, a hepatite B é responsável por cerca de 780 mil óbitos no mundo.

O HBV tem alta resistência fora do corpo e potencial de infecção superior aos vírus da hepatite C e do HIV. Suas principais formas de transmissão incluem contato sexual sem preservativo, transmissão vertical (da mãe para o filho durante a gestação e o parto), compartilhamento de seringas e agulhas, uso de objetos pessoais contaminados, e procedimentos como tatuagem, piercing e cirurgias sem normas adequadas de biossegurança.

A infecção adquirida na infância frequentemente evolui para hepatite crônica, reforçando a importância da vacinação em bebês e crianças. Já na fase adulta, o potencial de evolução para cronicidade é menor - porém ainda existe.

Não há necessidade de tratamento antiviral específico no caso de hepatite B aguda na maioria dos casos. No caso de hepatite crônica B em atividade, medicamentos como tenofovir ou entecavir são altamente eficientes em controlar a replicação viral e reduzir a inflamação no fígado, podendo evitar progressão de fibrose e diminuir o risco de complicações como a cirrose e o câncer de fígado. A maioria dos pacientes necessitará de tratamento contínuo para manter a saúde hepática, uma vez que ainda não há tratamento curativo para este vírus.

Dr. Daniel Fernando Soares e Silva (CRM 9770 SC - Gastroenterologista RQE 4298 - Especialista em Endoscopia Digestiva RQE 4842 - Hepatologista RQE 8098) é ex-presidente da Associação Catarinense para o Estudo do Fígado no biênio 2022-2023 e médico hepatologista do corpo clínico da Esadi.

Para o correto diagnóstico, a consulta médica com um especialista é essencial. Converse com seu gastroenterologista e tire todas as suas dúvidas.

FONTE: World Health Organization; Ministério da Saúde; Dive-SC

Voltar