Helicobacter pylori (H. pylori)
O que é Helicobacter pylori (H. pylori)?
A infecção pelo H. pylori ocorre quando um tipo de bactéria (H. pylori) infecta o seu estômago geralmente durante a infância. É uma causa comum de gastrite e úlcera péptica e está presente em metade da população mundial. É mais frequente em países em desenvolvimento como o Brasil, no qual 70% da sua população na idade adulta está infectada. Geralmente não apresenta sintomas até a idade adulta embora a maioria das pessoas nunca venha a sentir qualquer tipo de sintoma.
Quais são os sintomas da infecção pelo H. pylori?
A maioria das pessoas infectadas nunca terão qualquer tipo de sintomas. Não se sabe porque isso acontece. Os pesquisadores acreditam que algumas pessoas podem ter nascido com maior resistência aos efeitos nocivos do H. pylori.
Quando ocorre, os sintomas pela infecção pelo H. pylori podem ser:
- Uma dor chata ou queimação no seu abdome
- Náuseas
- Vômitos
- Eructos (arrotos) frequentes
- Estufamento
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Perda de peso
Quando procurar o médico?
Marque uma consulta com seu médico se você notar qualquer sintoma ou sinal persistente que lhe preocupa. Procure imediatamente o médico se você tiver:
- Dor abdominal acentuada ou persistente
- Dificuldade para engolir
- Fezes sanguinolentas ou pretas como piche
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Vômitos escuros ou que lembram grãos de café.
O que o H. pylori pode causar?
A bactéria pode causar:
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Úlcera Péptica: O H. pylori pode lesar a camada protetora do seu estômago e intestino delgado. Isso permite que o ácido do estômago crie uma pequena ferida (úlcera).
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Inflamação na parede do estômago: A infecção pelo H. pylori pode irritar seu estômago e causar inflamação (gastrite). Ela causa a maioria das gastrites crônicas não erosivas.
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Câncer do estômago: A infecção pelo H. pylori é um forte fator de risco para o câncer de estômago. Ele por si só não é a causa. É necessário outros fatores (história familiar de câncer, fatores ambientais, alimentação, etc.) que, juntos, poderão ajudar a desenvolver a doença.
Como se transmite o H. pylori?
Os pesquisadores ainda não tem certeza como é transmitido o H. pylori, embora eles pensem que possa ser disseminado através de água e alimentos contaminados. As pessoas podem adquirir a bactéria de alimentos que não foram bem lavados ou cozidos apropriadamente ou, ainda, bebendo água proveniente de uma fonte não confiável.
Pesquisas estão sendo realizadas para saber como a infecção se dissemina de uma pessoa infectada para outra não infectada. Estudos sugerem que o contato com fezes ou vômitos de uma pessoa infectada pode espalhar a infecção pelo H. pylori. Também foi encontrada a bactéria na saliva de algumas pessoas infectadas sugerindo que ela poderia se transmitir através do contato direto com a saliva.
Quais são os fatores de risco para se adquirir a infecção pelo H. pylori?
A maioria das pessoas adquirem o H. pylori na infância. É muito mais raro na idade adulta. Os fatores de risco para a infecção pelo H. pylori estão relacionados às condições de vida na infância, como:
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Viver em condições com superlotação de pessoas. Você tem um maior risco de infecção pelo H. pylori se você vive com muitas pessoas.
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Viver sem um suplemento adequado de água quente. Tendo uma suplementação adequada de água quente pode ajudá-lo a manter sua área limpa e reduzir o seu risco para H. pylori.
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Viver em um país em desenvolvimento. Pessoas que vivem em países em desenvolvimento, como o Brasil, onde as condições de superpopulação e condições sanitárias insatisfatórias são mais comuns, têm maior risco de infecção pelo H. pylori.
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Viver com outra pessoa que tem a infecção pelo H. pylori. Se alguém com quem você mora tem H. pylori você tem maior probabilidade de ter a bactéria.
Como a infecção pelo H. pylori é diagnosticada?
Técnica não invasivas
Existem três testes não invasivos para detectar o H. pylori: no sangue, fezes ou ar expirado do paciente. Esses dois últimos são mais precisos que o teste sanguíneo. Todos eles são difíceis de realizar em nosso meio pela sua indisponibilidade e/ou preço.
O teste sanguíneo precisa ser validado no local em que é realizado não sendo adequado para o diagnóstico, uma vez que indivíduos já tratados podem persistir com positividade do exame por até 6.4 anos após o tratamento. O médico poderá solicitá-lo em ocasiões especiais. Todos esses exames são facilmente realizados, geralmente no consultório médico ou laboratório.
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Exame de sangue: Uma amostra de sangue é retirada da veia do paciente e testado para anticorpos contra o H. pylori. Anticorpos são substâncias que o corpo produz para defender o organismo contra outras substâncias nocivas invasoras – chamadas antígenos – como o da bactéria H. pylori.
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Teste respiratório com ureia marcada: O paciente ingere uma cápsula, líquido ou pudim que contém ureia marcada com átomo especial de carbono. Após alguns minutos ele expira o ar em um recipiente, exalando dióxido de carbono. Se é encontrado o átomo de carbono marcado no ar expirado o H. pylori está presente, já que essa bactéria contém grande quantidade de urease uma substância química que transforma a ureia em dióxido de carbono e amônia.
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Teste do antígeno fecal: O paciente colhe uma amostra de fezes que é examinada para antígenos do H. pylori.
Técnicas Invasivas
Todos os procedimentos invasivos baseiam-se na obtenção de fragmentos de biópsias por endoscopia. São eles a histologia, a cultura e o teste rápido da urease.
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Histologia: São colhidos amostras da parede do estômago (biópsias) as quais serão enviadas para um laboratório onde receberão preparo e coloração especiais. Após, serão examinadas em microscópio procurando identificar a bactéria, que é sugerida por sua aparência e local de colonização.
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Cultura: Raramente utilizada na prática clínica. É difícil e cara. Uma importante aplicação da cultura (fazer crescer a bactéria em um meio de cultura apropriado) em ocasiões especiais é a determinação da sensibilidade aos antibióticos para o tratamento de organismos resistentes.
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Teste da Urease: É o método endoscópico de escolha para o diagnóstico de H. pylori. Baseia-se na habilidade do organismo para produzir uma substância chamada urease. Os fragmentos de biópsias retirados à endoscopia são colocados num meio líquido, claro, contendo ureia. A presença de urease é assinalada por uma alteração de cor desse líquido (do claro para o vermelho). Resultados positivos são geralmente evidentes no mesmo dia, frequentemente minutos após a adição do tecido ao meio. É mais rápido e barato que os exames anteriores.
Como é erradicado o H. pylori?
Para matar o H. pylori são utilizados antibióticos. Eles são utilizados em regime de associação e podem diferir através do mundo porque algumas cepas do H. pylori se tornaram resistentes a certos antibióticos – isto é, um antibiótico que uma vez destruía a bactéria não é mais eficiente.
O seu médico, seguindo de perto as pesquisas sobre os tratamentos com antibióticos para a infecção pelo H. pylori, irá saber qual estratégia de tratamento destruirá aquela cepa.
No Brasil o tratamento com três medicamentos – terapia tríplice – é o tratamento de padrão para erradicar o H. pylori. Ele é composto por um inibidor da produção de ácido gástrico (IBP – inibidor da bomba de prótons) e dois antibióticos (amoxicilina e claritromicina), por sete dias.
É importante informar ao seu médico se você é alérgico a algum tipo de medicação, principalmente à penicilina. Se esse for o caso, ele estará apto e lhe receitar um outro tipo de tratamento sem a penicilina.
Outros esquemas existem, mas que serão ponderados pelo seu médico se devem ou não ser utilizados.
Podem ocorrer efeitos adversos com o tratamento, tais como náuseas, desconforto estomacal, diarreia, dor de cabeça, gosto metálico, fezes ou língua escuras (quando utilizado bismuto), vermelhidão na face quando ingerido álcool, sensibilidade ao sol.
Os pacientes deveriam discutir qualquer efeito indesejado com o médico, que poderá receitar outros medicamentos para matar a bactéria.
Ao menos após 4 semanas poderá ser feito o controle do tratamento, para se ter certeza que a infecção pelo H. pylori foi curada. O teste respiratório ou o antígeno fecal seriam os ideais, porém indisponíveis na maioria dos locais em nosso meio. Onde são indisponíveis, só restam os testes baseados na endoscopia.
Por essa razão, a confirmação da erradicação deve ser sempre procurada ao menos em pacientes com úlcera péptica, linfoma MALT, após cirurgia do estômago para retirada de câncer e aqueles com sintomas persistentes apesar do tratamento.
Se a infecção ainda estiver presente, a úlcera pode retornar (em pacientes que as tinham) ou, menos comumente, o câncer pode se desenvolver. Então, alguns pacientes necessitam tomar mais de uma vez os medicamentos para matar o H. pylori.
Nessa estratégia, chamada de re-tratamento, o médico prescreve antibióticos diferentes do que aqueles utilizados no tratamento inicial e por um tempo maior. A amoxicilina, entretanto, pode ser usada novamente na infecção pelo H. pylori porque a resistência da bactéria a este antibiótico é rara.
A infecção pelo H. pylori pode ser prevenida?
Ninguém sabe com certeza como a infecção pelo H. pylori se dissemina, o que torna a prevenção difícil. Pesquisadores estão tentando desenvolver uma vacina para prevenir – e mesmo curar - a infecção pelo H. pylori. Para ajudar a prevenir a infecção algumas ações podem ser realizadas:
- Lavar suas mãos com sabão e água após usar o banheiro e antes de comer
- Comer alimentos que tenham sido bem lavados e cozidos apropriadamente
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Tomar água de uma fonte limpa e segura
Se você está preocupado com a infecção pelo H. pylori ou pensa que possa estar em risco de um câncer de estômago, fale para o seu médico. Juntos vocês podem decidir se haverá benefício ou não na procura da bactéria.