Diverticulose - Diverticulite
O que é Diverticulose e Diverticulite?
Divertículos são pequenos sacos que se projetam para fora da parede do intestino grosso. A presença de vários divertículos é chamada de diverticulose. É freqüente em pessoas acima da 6º década.
Caso algum dos divertículos inflame ou infeccione, o quadro é chamado de diverticulite. Isto acontece em cerca de 10 a 25% dos portadores de divertículos.
Diverticulose e diverticulite também são chamados de doença diverticular do cólon.
O que causa os divertículos?
Embora não totalmente confirmada, a teoria mais aceita é que os divertículos provêm de dieta pobre em fibra.
A doença diverticular é frequente em países industrializados como os Estados Unidos, Inglaterra, Austrália, onde a ingesta de alimentos pobres em fibras é muito comum (fast food). A doença é rara na África e Ásia onde vegetais são consumidos em grande quantidade (ricos em fibra).
Fibras fazem parte de frutas, vegetais e grãos e que o organismo não consegue digerir. Algumas fibras dissolvem facilmente em água (solúveis).
Transforma-se em uma pasta mole dentro dos intestinos. Outras fibras passam quase que inteiras pelo tubo digestivo (fibras insolúveis). Ambos tipos de fibras ajudam a manter as fezes moles e fáceis de transportar através dos intestinos, evitando constipação.
Quando as fezes apresentam-se endurecidas, o intestino necessita fazer mais força para empurrá-las, e isto acaba por aumentar a pressão dentro do cólon.
Esta pressão aumentada força determinados pontos de baixa resistência na parede do cólon, projetando pequenas saculações externamente - os divertículos.
Diverticulite ocorre quando o divertículo infecta (bactéria) ou inflama.Isto pode começar quando restos fecais e bactérias tampam os sacos diverticulares. Um ataque de diverticulite pode iniciar repentinamente e sem aviso.
Quais os sintomas da Diverticulose e Diverticulite?
Diverticulose
A maioria das pessoas com divertículos não apresentam nenhum desconforto ou sintoma. Entretanto os sintomas podem ser leves cólicas, estufamento e constipação. Entretanto quadros como a síndrome do intestino irritável e úlcera gástrica, por exemplo, apresentam os mesmo sintomas. Ou seja, a presença de desconfortos como estes nem sempre confirmam que a pessoa tenha divertículos.
Diverticulite
O sintoma mais comum da diverticulite é a dor abdominal. O sinal mais comum é a presença de dor ao palpar a região lateral esquerda e inferior do abdômen. Se a infecção esteja presente febre, náusea, vômitos, calafrios, cólicas e constipação podem ocorrer. A gravidade dos sintomas depende da extensão da infecção e suas complicações.
Quais são as complicações da Diverticulose e Diverticulite?
Diverticulite pode complicar com infecção, perfuração, suboclusão (dificuldade na passagem das fezes) e sangramento.
Sangramento
O sangramento de um divertículo é uma complicação rara. Ao sangrar nota-se nas fezes ou no vaso sanitário. O sangramento pode ser severo, porém a maioria tende a parar sozinho e não requer tratamento. Acredita-se que o sangramento ocorra quando um pequeno vaso sanguíneo dentro do divertículo rompe.
Abscesso, Perfuração, e Peritonite
A diverticulite tende a melhorar em poucos dias após o tratamento com antibióticos. Caso não haja boa resposta, pode haver a formação de abcesso na parede do cólon.
Um abcesso é uma área infectada com pus que causa inchaço (edema) e destrói o tecido. Algumas vezes o divertículo inflamado pode apresentar pequenos orifícios que corresponde à perfuração. Estas perfurações permitem que o pus extravase para dentro da cavidade abdominal. Infecção que se espalha dentro da cavidade abdominal é chamada de peritonite.
Fístula
A fístula é uma comunicação anormal entre tecidos de dois órgãos ou entre um órgão e pele. Quando um tecido inflamado entra em contato com outro, há a facilidade de "colar" e com isto pode surgir uma comunicação entre eles. No caso da diverticulite, à parte do intestino grosso com o divertículo inflamado pode encostar-se a órgãos como o intestino delgado, bexiga e pele, formando fístula entre eles. O tipo mais comum é entre o cólon e a bexiga. É mais freqüente em homens, levando a quadro de infecções urinárias crônicas, recidivantes e de difícil tratamento.
Obstrução intestinal
Ao cicatrizar, um intestino previamente inflamado pode diminuir seu espaço interno (luz). Esta diminuição da luz impede que as fezes passem, causando o que chamamos de estenose e subestenose intestinais (fechamento completo e parcial).
Como é tratada a Diverticulose e Diverticulite?
Dieta rica em fibra e analgésicos para os casos de dor leve irão auxiliar no tratamento na maioria dos casos. Entretanto, ataques de diverticulites devem ser tratados inicialmente em hospital.
Diverticulose
Aumentar a quantidade de fibra na dieta favorece a redução de sintomas e impede que os divertículos inflamem (diverticulite). As fibras deixam as fezes moles, pastosas e diminuem a pressão dentro do cólon facilitando o transporte das fezes. Recomenda-se a ingestão de 20 a 35g de fibra por dia.
Também se orienta a utilização de medicamentos que funcionam como suplementos de fibras.Estes produtos ao misturar-se com água fornecem entre 2 a 3,5g de fibras por envelope (pó).
Até recentemente orientava-se evitar frutas que possuem sementes pequenas, pois se achava que estas poderiam tampar a entrada dos divertículos e favorecer sua inflamação.Esta teoria não foi confirmada, portanto não existe obrigação em evitar alimentos (frutas) com sementes.
Diverticulite
O tratamento da diverticulite é focado no controle da infecção e inflamação, deixar o cólon em repouso e prevenir ou minimizar as complicações. Um ataque de diverticulite sem complicações responde ao tratamento com antibiótico em poucos dias se iniciado precocemente.
Para manter o intestino grosso em repouso, recomenda-se repouso e dieta líquida, associado a analgésicos.
Um ataque com dor e infecção severa necessita de internação hospitalar. A maioria dos casos é tratada com antibióticos, analgésicos e dieta líquida.
Entretanto, em alguns casos a cirurgia é necessária.
Quando a cirurgia é necessária?
Caso os ataques de diverticulite sejam frequentes e severos, aconselha-se cirurgia. Neste caso é ressecado (retirado) o segmento de cólon afetado. O restante do intestino é religado. Esta cirurgia é chamada de colectomia parcial e tende a evitar as complicações do quadro.
Quando isto ocorre e não responde ao tratamento clínico (medicamentos) indica-se cirurgia. É o caso das fístulas e da estenose (obstrução). Em um ataque agudo, caso os antibióticos não consigam frear o processo, a cirurgia de emergência deve ser realizada. Outras indicações incluem a presença de abscesso, perfuração, peritonite e sangramento persistente.